LIVE´N´LOUDER BRASIL
14 de Abril de 2013-São Paulo
Resenha por Giovani Marcello
Fotos por Renato Jaccob
Quando se anunciou a volta do Live ‘n’ Louder foi uma
surpresa agradável, pois as duas edições anteriores tinham sido excelentes, com
bandas que não tinham tido a chance de se apresentar por aqui antes e dessa vez
não foi diferente. Das seis bandas do festival, três estavam debutando em
terras tupiniquins.
Domingão, meio nublado, local do show onde Robert Plant
tinha lotado a casa ano passado, mas dessa foi diferente. Infelizmente, o único
ponto negativo do festival foi a presença do público. Fiquei até surpreso, na
verdade. Tudo bem, que 300,00 dói n bolso, mas para ver 6 bandas, até que se
comparando com alguns shows por aí, o preço não estava assim tão alto.
Também foi uma grande interrogação quando foi divulgado a
programação do festival. Shows com 50 minutos, ordem das bandas que não tinham
agradado à todos, mas na hora do festival, ninguém mais se lembrou disso.
E
logo de cara, a banda que eu mais esperava, MOLLY HATCHET!!!!! Não esperava ser
o que foi. Um verdadeiro furação passou pelo Espaço das Américas!!!! Iniciaram
o show com a fantástica “Whiskey man”!!!! Com uma enorme presença de palco,
Phil McCormack canta os clássicos como se fosse o vocalista clássico e um
carisma único. Mas não pode deixar de falar do fenomenal Bobby Ingram, o
showman da banda. O tempo todo tocando, pulando, dançando, chamando a galera
para o show! Presente por todos os lados do palco, uma atuação digna de nota. E
o show seguiu... Clássicos atrás de clássicos... Bounty Hunter, Gator country,
Beattin the odds, Jukin city (essa eu não esperava)... Rolou até homenagem à
Ronnie James Dio... Arrepiante… Fall of the peacemeakers, outro momento de
destaque, por ser a música mais “Lynyrdskynyrdiana” da banda. O cover dos Allman Brothers “Dreams I’ll never
see”, foi de arrepiar também. E o
final apoteótico com o hino ”Flirtin with disaster”!!! Duas coisas sobre o
show: no início estava meio que vazia a pista, bastou uns 10 minutos de show
para muita gente entrar, e ver o massacre sonoro no palco. A banda ganhou
muitos fãs, isso pode ter certeza. Segundo, muita gente, perguntava porque Dave
Hulbek (o outro guitarrista da banda) mal se mexia. No final do show, ele
atravessa o palco com uma bengala!!! Isso sim é prova de realmente tocar por
paixão, não por dinheiro!
Alguns minutos, depois o clima ficou pesado no palco. Três
lunáticos no palco!!! SODOM!!!! Com uma apresentação, curta, mas
irrepreensível. Pena que o público meio que não se empolgou como deveria. Tom
Angelrriper, uma verdadeira “figura” no palco, com seu baixo no joelho, iniciou
o massacre com “Among the weirdcong”, do M-16... Daí, foi pouco papo, e som
atrás de som. “Outbreak of evil, levou os fãs ao delírio!!!! “Nuclear winter”,”
Agent Orange” levantaram a galera também (particularmente meu álbum favorito da
banda). “City of God” é uma música especial para nós. Nem precisa dizer o
porque, não é? “Blasphmer”, foi outro momento arrepiante... “Bombenhagel”
encerrou a devastação provocada pelos alemães. Pena que tivemos um show de
apenas 45 minutos da banda. Um amigo meu, ficou inconformado com a banda por
não terem tocado “Remember the fallen”. E vi em uma determinada hora do show,
avisarem Tom sobre a questão de tempo. Ou seja, foram forçados à limar alguma
música. Falo isso, porque peguei o set-list após o show e entre “Blashphemer” e
“Bombenhagel”, tem umas interrogações. Ou seja, alguma surpresa estava
prevista.
Depois
seria a vez do Loudness. Um show meio que seria meio nebuloso, pois Mike
Vescera, não conseguiu chegar à São Paulo, por causa de uma forte nevasca no
EUA e os vocais ficaram
à
cargo do brasileiro Iuri Sanson, da banda Hibria. Nem precisa dizer que Iuri
teve uma apresentação incrível, cantando como se fosse o último dia da tua
vida. Não podemos de deixar de destacar o batera Masayuki Suzuki e o baixista
“figura” Masayoshi Yamashita (esse um show à parte, pela simpatia e carisma).
Mas a estrela sem dúvida alguma era o guitarrista Akira!!! Mesmo com uma
guitarra que os otakus iriam pirar, fez uma apresentação fenomenal, mesmo eu achando
que ele estava bem chapadão, pois quando chegava no microfone, tentava dar um
berros guturais. Cômico... Lógico que não faltaram clássicos do naipe de
“Soldiers of Fortune”, “Heavy nights” e “Crazy Nights” (com uma fã berrando a
música toda no meu ouvido. Fiquei com zumbido por uns 3 dias... hehe).
Hora
de conferir a nossa igreja... Ao descer o backdrop, um fã ao meu lado, explodiu
berrando feito um maluco. Isso porque o show não tinha começado. E o cara
estava certo, pois o que veio depois...
Metal Church em nossas terras!!! Jamais imaginaria que veria um show deles
aqui. Dois clássicos do “The dark” logo de cara: “Tono f bricks” e “Start the
fire”. Mesmo com apenas um músico da formação original, (Kurdt Vanderhoof)
tivemos uma aula de heavy metal em São Paulo nesse dia. E com Jeff Plate
(ex-Savatage) detonando nas baquetas!!! Runny Munroe é um vocalista
excpecional, uma presença de palco animal, mas não tem como não falar de
Mr.Steve Unger!!!! Meio que vestido num estilo mais “hardrocker”, não fica parado
um minuto, cantando as músicas, “metendo o baixão” na cara da galera, estando
em todos os lugares do palco. “Gods of wrath” me fez lembrar minha
adolescência, pois foi a primeira música que ouvi do Church, que um amigo
colocou numa K-7, para “terminar” a fita. Ouvi mais esse música do que o disco
que me foi gravado... hehe. “Watch
the children pray”, nos fez lembrar no imortal David Wayne. E lógico que no momento de “Metal Church”, a
adrenalina foi a mil!!! “Human fator” encerrou a hora soberba que esse pessoal
nos proporcionou. Talvez o show mais emocionante do festival!
Depois
a polêmica... Angra, como quinta banda. Todo mundo ficou se perguntando sobre o
porque disso. E ainda tinha Fabio Lione nos vocais, o que era algo meio que
deixava um “que” no ar. Sou muito fã dos dois primeiros discos do Angra. Acho
marcos do metal mundial, mas depois... prefiro nem comentar... E o que vimos
foi uma banda meio que insegura, sei lá, mas parecia que a banda não estava
100%. Mesmo abrindo o show com “Nothing to say”, clássico da banda e com Fábio
Lione, parece que as coisas não funcionaram. Parece até que Lione estava meio
que desconfortável. Foi uma surpresa terem tocado “Silence and distance”, do
“Holy land”. E foi só desse disco que
considero o melhor da banda. Duas músicas do “Fireworks” (nada de
“Lisbon”...????). E nenhuma música do “Angels cry” (por causa do tour do Andrè
Matos). E ainda tocaram o início de “Carry on”, mas nada de tocarem inteira.
Uma atitude ridícula da banda, pra mim. Acho que dá para entender porque o
André, pelo menos por enquanto,não quer saber de voltar para o Angra.
Uma
hora de atraso depois, o Twisted Sister entra no palco. Terceira vez da banda
no Brasil. Nem precisa dizer que foi um show avassalador... Iniciando a
apresentação com “You can’t stop rock and roll”, foi dado uma aula de
rock/metal em SP. Jay Jay French e Eddie Ojeda são grandes músicos, mas num
show da “Irmã torta”, não tem como roubar a cena do grande baixista Mark “The
Animal” Mendoza!!! Dando socos no baixo, andando pelo palco todo (teve até um
piti no inicio do show, quando o microfone falhou e jogou o pedestal longe),
muitos garotos não tem metade de sua energia. E o que falar de Dee Snider? Não
precisa. Todos sabemos
o que ele é capaz no palco. E com clássicos atrás de clássicos... “Shoot’em
down” (coverizada pelo Motorhead), “Stay hungry” (um dos pontos altos do
show)... “The beast” foi uma que não esperava e foi seguida por “The kids are
back” em que no refrão, mal se ouvia a banda... “I believe in rock and roll” foi
a ponte para um dos momentos do festival. Lógico que estou falando de “We’re
not gonna take it”!!!! Não adianta reclamar, falar, mas quem nunca cantarolou
esse refrão? Quase se abriu um buraco no Espaço das Américas!!! E a galera
cantou “à capela” o refrão ao final da música.... Emocionante para não dizer o
mínimo... “Under the blade”, com teu refrão meio “Sweet” veio depois... “The
price” foi o momento de calmaria no show... Uma balada de arrepiar!!! E ao
final dela, Dee Snider se joga e fica deitado no palco, quando luzes vermelhas
ficam sobre ele... E ao poucos, vai
levantando e cantando “apenas” “Burn in hell’... Alice Cooper bateria palma ao
seu pupilo por essa parte!!! “I wanna rock” vem depois com até Paulo Baron,
organizador do festival, cantando o
refrão!!! Breve intervalo, e “S.M.F.” encerra mais um espetáculo dado
por essa banda que logo estará de volta ao País.
Festival
encerrado, alma lavada, prazer em poder ter visto grandes shows. Mas não tem
como não falar sobre a presença (ou falta) do público. Foi o revés do festival.
Particularmente, esperava um público maior. Tudo bem, que os valores estão
salgados, mas poderia ter uma galera à altura das bandas que tocaram. Vamos
aguardar a segunda parte prometida ainda para esse ano.
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